Envolveu o público na sua vida durante um ano, com dois discos e mais algumas músicas divulgadas na Internet. Continua a superar-se de trabalho em trabalho, mas não é com a intenção de se reinventar que o faz. David Fonseca – músico, fotógrafo e contador de histórias – fala de Falling, que sai a 21 de Setembro e vem juntar-se a Rising para completar o diário musical iniciado na Primavera passada, a colecção Seasons.
O próximo single chama-se ‘All That I Wanted’ e está inserido num disco de músicas animadas ao contrário do que o nome Seasons: Falling antecipa. E traz como surpresas convidados especiais, ainda não revelados.
Também em segredo estão os próximos projectos do artista, que passarão pela fotografia e um regresso ao Brasil. Canta na língua que lhe apetece e afirma sem reticências que ainda está tudo por fazer.
O próximo single chama-se ‘All That I Wanted’ e está inserido num disco de músicas animadas ao contrário do que o nome Seasons: Falling antecipa. E traz como surpresas convidados especiais, ainda não revelados.
Também em segredo estão os próximos projectos do artista, que passarão pela fotografia e um regresso ao Brasil. Canta na língua que lhe apetece e afirma sem reticências que ainda está tudo por fazer.
O Seasons é um projecto de um ano, que chegou agora ao fim. Não sentes falta deste diário musical? Não tive tempo para sentir falta. Acabei o diário mais ou menos no início de Março (não foi exactamente a dia 21) e tive de começar imediatamente a gravar a segunda parte. Portanto, nunca o deixei. Fiz as músicas mas não as gravei. Quando a primeira parte acabou em Março, entrei em digressão com o Seasons: Rising e depois tive de continuar a gravar o Seasons: Falling. Acabei de gravar este disco e ele ficou fechado há dez dias atrás. Não tenho saudades nenhumas do diário musical. Muito pelo contrário, os últimos dias passei-os na praia. Fiquei surpreendido com tantas pessoas que lá estavam. Então é isto que as pessoas fazem em Agosto! Mas não tenho saudades. Sinto que consegui fazer uma coisa um bocadinho difícil e isso é uma sensação espectacular.
Uma coisa difícil e diferente.
Sim, muito diferente. E estou muito expectante para lançar o Seasons: Falling porque é um disco de que eu gosto muito. Particularmente, o Falling. Acho que é uma resposta ao primeiro disco, não é o resto das coisas. Pelo contrário, tudo cresce um bocadinho no Seasons: Falling.
É nisso que eles são diferentes?
Não vou muito por aí – pode haver a sensação de que o Rising vai ser cheio de músicas a abrir e o Falling vai ser só baladas. Não é verdade. O Rising é claramente um disco feito para fora e o Falling é um disco muito feito para dentro, muito feito das minhas considerações. É muito mais interno. E isso foi uma coisa que me agradou – em contraponto ao outro que é um disco mais rockeiro, festivo, electrónico, este tem mais tempo e eu gosto disso.
Na primeira parte de Seasons, contaste com a colaboração de músicos como o Rui Maia (X-Wife) e a Catarina Salinas (Best Youth). O que vai trazer Seasons: Falling?
Vai trazer muitas surpresas, boas surpresas, mas ainda não posso dizer quais são. Trabalhei com algumas pessoas com quem ainda não tinha trabalhado e fui buscar outras com quem há muito tempo não trabalhava. Há muitas surpresas neste disco, muitos convidados surpresa que me orgulharam muito em participar no meu disco.
Procuras reinventar-te nos discos, nas edições físicas dos álbuns e nos espectáculos?
Eu não acho que me tento reinventar. Eu não quero é fazer a mesma coisa, uma é que empurra a outra. Quando nos sentamos no início de um espectáculo, de um disco, no design dos discos… Aquilo que está na mesa é não fazer igual. E a partir daí tentamos seguir para uma coisa diferente. O desejo de fazer uma coisa diferente é, em primeiro lugar, não fazer igual. E depois logo se vê onde é que isso nos vai levar.
Aonde é que essa premissa te levou no processo de composição de Seasons?
Este processo foi meio duro. Se bem que isto para mim é um disco, não são dois discos, mas tendo dois lançamentos diferentes. Por isso, não há aqui a ideia de fazer diferente do primeiro. Eles são dois discos e há uma continuidade naquilo. A primeira música do novo disco é a que vem a seguir à última do anterior, na minha cabeça. Quando o disco sair agora, a 21 de Setembro, será já a versão com os dois discos juntos, que é como, basicamente, eu vejo aquilo. Por isso não houve uma contribuição muito grande dessa ideia, foi mais uma continuidade daquilo que estava a fazer.
E lançar dois discos num ano de crise?
Eu não tenho de fazer as coisas de outra forma porque a crise assim me deixa, tenho de fazer aquilo que eu quero. A queda da venda dos discos tem sido brutal desde há seis, sete, oito anos para cá. Eu não acho que lançar dois discos, meio disco ou só um vá fazer com que as pessoas os comprem mais ou menos. É indiferente. Eles vão parar à casa das pessoas na mesma, infelizmente de forma ilegal, mas vão lá parar na mesma. Não me preocupa o facto de lançar dois discos, é mais um desafio para mim e para as pessoas que acompanham o meu trabalho.
Tens tocado muito em Espanha e até já foste ao Brasil. É uma forma de exportar a tua música?
Sim, de não estar sempre aqui e de levar a música a outros sítios. E tem sido brutal. Em Espanha, uma das coisas que me orgulha muito é conseguir fazer sempre espectáculos de casa cheia, tanto em Madrid como em Barcelona. O público tem crescido lá e eu gostava muito de conseguir expandir mais um bocadinho, para longe das grandes cidades. É difícil, porque eu canto em inglês e Espanha tem um mercado claramente cantado em espanhol. Eu entro naquela gaveta da música indie por cantar em inglês, o que é estranho para mim porque não acho que faça música dentro dessa gaveta. No Brasil, começámos agora. Vamos voltar lá no início do próximo ano, vamos lançar lá o Seasons: Rising e o Falling, há muitas coisas para fazer. E sim, são tentativas de exportar a música.
Tens conseguido, no fundo, fazer a internacionalização do teu trabalho.
Eu acho que há uma ideia de internacionalização… O povo português só reconhece as coisas quando há alguém a ganhar um prémio ou quando é tão notório o sucesso que as pessoas não conseguem continuar cegas em relação a isso. A internacionalização passa muito por estar lá fora e não necessariamente com o brutal sucesso que isso possa ter. Nós temos tido sucesso mas muito menos do que aqui em Portugal. Mas temos conseguido perseguir isso, o que também é internacionalização, não é só o sucesso.
O povo português também tende a criticar o cantar em inglês. O comentário recente do Vitorino centrou-se nisso mesmo e despoletou várias reacções. Concordas com o Hélio Morais (Linda Martini e PAUS), quando diz que se deve “cantar na língua em que uma pessoa se sinta confortável”?
Eu acho que devo fazer aquilo que me apetece. Basicamente, é isso. E não consigo dizer mais do que isso. Uma das coisas que eu não queria era partir para o caminho em que os artistas estão a falar dos outros artistas, não compreendo. Nem sequer vou continuar esse assunto porque é uma discussão inútil.
O que é que te apetece fazer agora?
Apetece-me fazer uns dias de praia, se conseguir. Apetece-me lançar o Seasons: Falling e começar a ensaiar os espectáculos que vamos fazer em teatros até Dezembro – vamos fazer muitos teatros pelo país fora com o novo disco, o que é uma coisa com que eu estou empolgadíssimo. E vai haver outras surpresas. Eu estou envolvido em outras actividades que ainda este ano vão ver a luz do dia, como a fotografia. Há muitas coisas a acontecer até ao início de 2013, pelo menos.
O que é que ainda te falta fazer?
Uma coisa difícil e diferente.
Sim, muito diferente. E estou muito expectante para lançar o Seasons: Falling porque é um disco de que eu gosto muito. Particularmente, o Falling. Acho que é uma resposta ao primeiro disco, não é o resto das coisas. Pelo contrário, tudo cresce um bocadinho no Seasons: Falling.
É nisso que eles são diferentes?
Não vou muito por aí – pode haver a sensação de que o Rising vai ser cheio de músicas a abrir e o Falling vai ser só baladas. Não é verdade. O Rising é claramente um disco feito para fora e o Falling é um disco muito feito para dentro, muito feito das minhas considerações. É muito mais interno. E isso foi uma coisa que me agradou – em contraponto ao outro que é um disco mais rockeiro, festivo, electrónico, este tem mais tempo e eu gosto disso.
Na primeira parte de Seasons, contaste com a colaboração de músicos como o Rui Maia (X-Wife) e a Catarina Salinas (Best Youth). O que vai trazer Seasons: Falling?
Vai trazer muitas surpresas, boas surpresas, mas ainda não posso dizer quais são. Trabalhei com algumas pessoas com quem ainda não tinha trabalhado e fui buscar outras com quem há muito tempo não trabalhava. Há muitas surpresas neste disco, muitos convidados surpresa que me orgulharam muito em participar no meu disco.
Procuras reinventar-te nos discos, nas edições físicas dos álbuns e nos espectáculos?
Eu não acho que me tento reinventar. Eu não quero é fazer a mesma coisa, uma é que empurra a outra. Quando nos sentamos no início de um espectáculo, de um disco, no design dos discos… Aquilo que está na mesa é não fazer igual. E a partir daí tentamos seguir para uma coisa diferente. O desejo de fazer uma coisa diferente é, em primeiro lugar, não fazer igual. E depois logo se vê onde é que isso nos vai levar.
Aonde é que essa premissa te levou no processo de composição de Seasons?
Este processo foi meio duro. Se bem que isto para mim é um disco, não são dois discos, mas tendo dois lançamentos diferentes. Por isso, não há aqui a ideia de fazer diferente do primeiro. Eles são dois discos e há uma continuidade naquilo. A primeira música do novo disco é a que vem a seguir à última do anterior, na minha cabeça. Quando o disco sair agora, a 21 de Setembro, será já a versão com os dois discos juntos, que é como, basicamente, eu vejo aquilo. Por isso não houve uma contribuição muito grande dessa ideia, foi mais uma continuidade daquilo que estava a fazer.
E lançar dois discos num ano de crise?
Eu não tenho de fazer as coisas de outra forma porque a crise assim me deixa, tenho de fazer aquilo que eu quero. A queda da venda dos discos tem sido brutal desde há seis, sete, oito anos para cá. Eu não acho que lançar dois discos, meio disco ou só um vá fazer com que as pessoas os comprem mais ou menos. É indiferente. Eles vão parar à casa das pessoas na mesma, infelizmente de forma ilegal, mas vão lá parar na mesma. Não me preocupa o facto de lançar dois discos, é mais um desafio para mim e para as pessoas que acompanham o meu trabalho.
Tens tocado muito em Espanha e até já foste ao Brasil. É uma forma de exportar a tua música?
Sim, de não estar sempre aqui e de levar a música a outros sítios. E tem sido brutal. Em Espanha, uma das coisas que me orgulha muito é conseguir fazer sempre espectáculos de casa cheia, tanto em Madrid como em Barcelona. O público tem crescido lá e eu gostava muito de conseguir expandir mais um bocadinho, para longe das grandes cidades. É difícil, porque eu canto em inglês e Espanha tem um mercado claramente cantado em espanhol. Eu entro naquela gaveta da música indie por cantar em inglês, o que é estranho para mim porque não acho que faça música dentro dessa gaveta. No Brasil, começámos agora. Vamos voltar lá no início do próximo ano, vamos lançar lá o Seasons: Rising e o Falling, há muitas coisas para fazer. E sim, são tentativas de exportar a música.
Tens conseguido, no fundo, fazer a internacionalização do teu trabalho.
Eu acho que há uma ideia de internacionalização… O povo português só reconhece as coisas quando há alguém a ganhar um prémio ou quando é tão notório o sucesso que as pessoas não conseguem continuar cegas em relação a isso. A internacionalização passa muito por estar lá fora e não necessariamente com o brutal sucesso que isso possa ter. Nós temos tido sucesso mas muito menos do que aqui em Portugal. Mas temos conseguido perseguir isso, o que também é internacionalização, não é só o sucesso.
O povo português também tende a criticar o cantar em inglês. O comentário recente do Vitorino centrou-se nisso mesmo e despoletou várias reacções. Concordas com o Hélio Morais (Linda Martini e PAUS), quando diz que se deve “cantar na língua em que uma pessoa se sinta confortável”?
Eu acho que devo fazer aquilo que me apetece. Basicamente, é isso. E não consigo dizer mais do que isso. Uma das coisas que eu não queria era partir para o caminho em que os artistas estão a falar dos outros artistas, não compreendo. Nem sequer vou continuar esse assunto porque é uma discussão inútil.
O que é que te apetece fazer agora?
Apetece-me fazer uns dias de praia, se conseguir. Apetece-me lançar o Seasons: Falling e começar a ensaiar os espectáculos que vamos fazer em teatros até Dezembro – vamos fazer muitos teatros pelo país fora com o novo disco, o que é uma coisa com que eu estou empolgadíssimo. E vai haver outras surpresas. Eu estou envolvido em outras actividades que ainda este ano vão ver a luz do dia, como a fotografia. Há muitas coisas a acontecer até ao início de 2013, pelo menos.
O que é que ainda te falta fazer?
Tudo. Como a toda a gente. As pessoas olham para trás com a sensação de que já está muita coisa feita e eu odeio isso. Eu não consigo olhar muito para trás nem entender o que lá está. E é muito mais interessante tudo aquilo que vem para a frente, porque é isso que me desperta a fazer outras coisas, a estar com outras pessoas, a querer desafiar a minha criatividade.
Vê aqui como foi o concerto de David Fonseca nas Festas do Mar 2012, em Cascais.