Em Banho Maria, single e disco, já anda a rodar nas rádios e a correr as redes sociais há uns meses. Agora, vai chega a edição em formato físico e há festa de lançamento apropriada à estreia do projecto. Quem lhe dá cara - e nome - é Martim Torres, mais conhecido do público pela presença assídua no talkshow 5 para a meia noite. No currículo, tem ainda passagens pela banda dos Homens da Luta e numa fase das composições de B Fachada.
Da formação em Jazz à pop bem-disposta, do contrabaixo ao baixo eléctrico, dos desamores às noites do Cais do Sodré, é o próprio Martim que conta o seu percurso. E deixa o convite para a festa que acontece a 8 de Fevereiro, no Ritz Clube, em Lisboa. O disco já está à venda e pode ser ouvido no Bandcamp.
Qual é história por trás de Em Banho Maria?
São várias. O disco gira muito em volta de uma temática que já era conhecida em anteriores canções d´O Martim. Estou a falar da derrota, do amor falhado, do fazer as pazes com isso e da vida boémia que vai tantas vezes de mão dada com tudo isso.
É também a história da tua carreira?
Nem por isso. Na minha carreira tenho tido um percurso feliz até agora, não posso dizer o mesmo da minha vida amorosa...
Como é que chegaste ao contrabaixo no teu percurso musical?
Foi por necessidade. Quando terminei o meu curso profissional na ETIC queria continuar os estudos musicais na universidade e, na altura, o único curso superior que existia de Jazz era o da ESMAE, no Porto. Não admitiam baixistas eléctricos. Mudei-me então para o Norte, onde comecei a estudar contrabaixo na Escola de Jazz do Porto, para entrar um ano depois na ESMAE. A transição não foi fácil. Quando um baixista eléctrico passa para o contrabaixo pode ser um processo desmotivante. A abordagem é completamente diferente, não temos a mesma destreza. É como reaprender a tocar.
Tens vindo a compor as apresentações ao vivo com instrumentos que tornam os concertos mais ricos. Como é que esses espectáculos são pensados?
Eu gosto de fazer música com muitas vozes, com muitas linhas melódicas. Adoro fazer arranjos para as minhas canções, desenvolver ideias a partir de uma só. O António Quintino, que não me canso de dizer é um extraordinário compositor, escreve comigo esses arranjos. E depois os senhores António Bruheim, Filipe Durães, Diogo Duque e Mario Conguito Armândio põem a coisa a soar.
Vai ser assim no Ritz Clube? Que surpresas é que podes desvendar?
Sim, no Ritz vamos poder contar com a banda grande. Seremos oito em palco. E posso desvendar que, aqui e ali, teremos a participação de outros convidados, mas mais do que isso não digo.
Apesar de acontecer agora o lançamento oficial do disco, em formato físico, o Em Banho Maria já está disponível na Internet há alguns meses. O público tem aderido à compra online?
Sim. É facto que cada vez menos se vendem discos. Hoje em dia qualquer pessoa ouve a música primeiro no seu computador e a minha música não é excepção. O disco em formato digital ficará disponível para download gratuito muito em breve. O formato físico é que fica à venda nas lojas e, enquanto ainda houver, nos concertos.
Recentemente foi lançado o videoclip do single ‘Em Banho Maria’, que tem um tom bem-disposto e divertido. Como foi a experiência da gravação?
Foi bastante engraçada. Mas também era difícil reunirgrupo tão hilariante de pessoas e não passar a tarde agarrado à barriga a rir. Os Pipocas (Francisco Steinwall e Filipe Casimiro) fizeram um trabalho excepcional, montaram uma casa de banho de luxo em poucas horas e com pouquíssimos recursos, para depois os senhores Ruce e Reco a destruírem completamente. (Não foi completamente, vá. Ainda conseguimos filmar todas as outras cenas...)
Este single, que serviu de introdução ao teu trabalho, é muito leve, pop e bem disposto. Mas o álbum traz músicas mais melancólicas, como a 'Domingo de manhã'. Identificas-te mais com alguma destas facetas?
Todas elas são inspiradas nas pequenas peças deste grande puzzle que é a minha vida. (Gostaram?) Identifico-me portanto com todas de forma igual.
Tens um tema dedicado ao B Fachada, com quem tocaste. É uma inspiração?
Claro que sim. Continua ser uma das minhas maiores referências enquanto músico. É incrível a magia que presenciamos ao ver um concerto dele. Adorava conseguir fazer aquilo. No entanto, eu não sou o B Fachada.
Um convite para a festa do Ritz Clube?
Venham, que eu pago a primeira cerveja.
16 Março, Plano B, Porto
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I've told you about O Martim before and this is the perfect chance to catch him live in Lisbon or Porto. The Portuguese band is released their first album, which is already available at Bandcamp.
Before the first show, which will take place at Ritz Clube, on February 8th, the band's leader, Martim Torres, tells us about his history and inspiration.
O Martim will later launch the album, Em Banho Maria, in Porto, at Plano B, on March 16th.