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6 Sept 2013

Festas do Mar 2013: Os Capitães da Areia, Resistência e António Zambujo

©UrbanBlues

A 19 e 20 de Agosto, três nomes interessantes passaram pelo palco das Festas do Mar 2013. O interesse deveu-se a razões distintas, mas foi invariável na garantia de duas noites com muito público.

Um Verão pouco azul
Os Capitães da Areia foram banda escolhida a dedo para abrir o concerto de Resistência. Perdidos num imaginário dos anos 1980, os quatro rapazes que já levam dois trabalhos editados animaram q.b. a Baía. Não por falta de festa, mas por terem à frente um público pouco entusiasta da sua pop colorida e algo estranha. Certo é que o vento não ajudou a instalar-se o Verão Azul d'Os Capitães da Areia, que se apresentam como «um conjunto musical de Portugal e do Reino das Berlengas».

Mesmo assim, a banda arriscou no ousado verso "as raparigas de Cascais andam tão longe dos demais", retirado de 'Raparigas da Minha Idade'.

Finalmente, e ainda, Resistência
O público estava, sim, ansioso pelos cabeças de cartaz da noite. Os Resistência estrearam-se em Cascais e, aos primeiros acordes, esticaram-se braços no ar, sentiram-se saudades nas vozes. O espírito da Resistência é mantido vivo pelas centenas, senão milhares, de fãs que recordaram a banda e reviveram memórias de há 20 anos. «Muita coisa mudou, outras nem por isso», desafiou Miguel Ângelo.

'Nasce Selvagem' não podia agraciar mais o público, depois de 'Mano a Mano' a apresentar os instrumentos. Em palco, eram onze. (Na audiência, milhares.) Miguel Ângelo e Olavo Bilac comandaram as vozes do super-grupo reunido em palco. Juntaram-se Tim, Pedro Ayres Magalhães, Fernando Cunha, Alexandre Frazão, Mário Delgado, Duda, José Salgueiro, Fernando Júdice e Pedro Jóia.

O público foi chamado a testemunhar a história - que continua a escrever-se. E escreveu-se com êxitos como 'No Meu Quarto', 'Finisterra', 'Esta Cidade', 'Liberdade'. Evocou-se 'Timor' e entoou-se 'Perigo'. Passaram-se em revista alguns temas dos grupos originais dos membros do projecto - afinal, foi assim que a Resistência surgiu, como se fez saber num documentário que a banda fez transmitir antes do início do espectáculo.

Os Delfins haviam sido convidados para tocar numa campanha eleitoral mas não havia verbas para suportar toda a banda. Ficou então Miguel Ângelo, ao lado de colegas do meio. O projecto ganhou dimensão e alguns originais, para além de uma considerável carga social que o transporta para a categoria de música de intervenção.

Ao longo de mais de duas horas, os músicos - notoriamente satisfeitos pela adesão do público - ofereceram ainda 'Fim', 'Amanhã é Sempre Longe Demais', 'Marcha dos Desalinhados', 'Lugar ao Sol' e 'Amália na Vox de Nós'.

Para o final, ficaram guardados hinos como 'Nunca Mais', 'Circo de Feras', 'Não Sou o Único' e, a fechar, 'Prisão em Si'.

"Oh Toninho"
Ainda num registo a agradar ao público mais adulto, a actuação principal da noite seguinte foi a de António Zambujo. O músico que recolocou o fado das escolhas comerciais de muitos ouvintes entrou em palco com uma exclamação de surpresa. O concerto em Cascais bateu o recorde de assistência dos espectáculos que tem vindo a fazer.

'Algo Estranho Acontece' é a segunda música no alinhamento (depois de 'Casa Fechada') e uma das preferidas dos cibernautas apaixonados, que fazem chegar a António Zambujo muitas mensagens sobre as suas histórias de amor que têm nesta música a banda sonora.

Entre músicas, o fadista vai contando histórias semelhantes a esta e diverte o público, muito participativo. A interacção agrada especialmente com as modas alentejanas que chegam a meio do concerto (e do público se ouve um carinhoso "oh Toninho"). Ainda assim, este não é um concerto de fado, mas um espectáculo que incorpora até algum Blues e Jazz.

Já no encore, António Zambujo chama ao público Luísa Sobral para partilharem 'Inês'. Segue-se 'Amor de mel, amor de fel' e fica por cantar 'Pica do 7', apesar dos pedidos do público.

 

4 Feb 2012

Les Inrocks: Portugueses a seguir

A revista francesa Les Inrocks apontou cinco grupos portugueses a seguir em 2012. A comparar sonoridades com nomes que chegam até a Leonard Cohen, a revista elege Best Youth, X-Wife, Luísa Sobral, Utter e a Jigsaw.

Os Best Youth deixaram os franceses enamorados, que apelidam a sua música de sedutora e a colocam algures entre The xx e Winterlies.


Aos X-Wife, elogia-se os cocktails de música enérgica e o talento irrefutável, a lembrar Foals e Bloc Party.


A pop jazz de Luísa Sobral fascinou os franceses, que dizem da artista ter laivos de Amélie Poulain e soar a Regina Spektor, Yael Naim, Feist e Stacey Kent.


Sobre os Utter, a Les Inrocks chama-lhes conquistadores de um novo mundo, onde fazem lembrar Sigur Rós.


a Jigsaw fecha o grupo em grande, ao lembrar Tom Waits e Leonard Cohen, no seu "folk viril e astuto".


A publicação francesa faz a viagem pelas regiões de Portugal de onde nos chegam os cinco artistas, lembrando Portugal como a Califórnia da Europa, com o mar, o sol, os vales... E a crise financeira. Chama-lhe "país das descobertas" e elogia, para além do vinho, a música nacional.

O P3 publicou um artigo sobre as escolhas da Les Inrocks.
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The French magazine Les Inrock pointed five Portuguese groups to watch in 2012. Comparing their sounds with such names as Leonard Cohen, the magazine chose Best Youth, X-Wife, Luísa Sobral, Utter and a Jigsaw.

Best Youth left the French in love with their music, described as seductive and placed somewhere between The xx and Winterlies.

X-Wife's cocktails of energetic music and undeniable talent is highly praised, and sounds like Foals and Bloc Party.

Luísa Sobral has left the French hooked on her pop jazz, her Amélie Poulain resemblances and the fact that she sounds like Regina Spektor, Yael Naim, Feist and Stacey Kent.

Les Inrocks calls Utter the conquerors of a new world, where they sail along Sigur Rós.

And it comes down to a Jigsaw, who resembles Tom Waits and Leonard Cohen, with their "manly and clever folk".

The French magazine travels to Portugal's regions from where the five artist come, remembering Portugal as Europe's California, with the sea, the sun, the valleys... And the debt crisis. It calls Portugal the "country of the discoveries" and praises, besides the wine, our music.